quinta-feira, 7 de abril de 2011

Maria Isabel.

Esse texto não será como o de costume. Não será por dois motivos: o primeiro é porque, dessa vez, não escrevo movida por impulsos ou sentimentos; e o segundo motivo é porque vou apresentar uma pessoa muito importante na minha vida e que veio esses dias questionar o porquê de nunca ter sido mencionada no meu blog.. Segundo ela, 'não custava nada ter, ao menos, uma só linha que a fizesse se sentir importante'. Bom, venho hoje falar sobre Maria Isabel.
Maria Isabel tem 13 anos, embora eu não saiba exatamente há quanto tempo. O que realmente importa é que ela tem 13 anos. Maria Isabel mora na Rua do Bom Destino - e se você deixar ela pode passar 40 minutos discorrendo sobre o quão perfeito é o nome da sua rua, e o quanto a palavra 'bom' rima com a palavra 'destino'.. Ela ainda vai além, diz que é quase um insulto falar em destino e não pensar em 'bom', e vice-versa. Pra agradá-la um pouco mais, a Rua do Bom Destino é calma e silênciosa. Não é asfaltada, e nem deveria já que carros passam lá 2 vezes por ano; é repleta de árvores e sem saída. Não há um prédio sequer na rua, nem nada que atrapalhe Maria Isabel de enxergar o horizonte.
* Para não comprar uma briga, é aqui que eu paro de chamá-la pelo seu nome composto.. De agora em diante só usarei o seu nome preferido.*
E é por essas e outras que Maria ama sua rua, porém ama ainda mais a sua casa. Nem pequena nem grande, com um muro baixo, típico de casas antigas, cuja função se detém à estética. O número é 9, que é, não por conicidência, seu número da sorte. A casa é de um tom verde claro -  há quem diga que é creme, mas Maria logo corrige "é V-E-R-D-E!", exclama irritada.
Maria é extremamente simpática, doce e de uma leveza cativante. No dia em que se mudou para lá já conquistou todos os vizinhos, que não conseguem conter o sorriso ao ver tanta delicadeza na pessoa mais desastrada do universo. Uma topada em cada esquina e um risinho envergonhado fazem parte da rotina de Maria.
Às vezes me pego pensando se conheço alguém com mais sonhos que Maria. Ela tem um jeito tão inocente de enxergar o mundo que me faz achar que nunca completará os tãos sonhados 14 anos. Mas talvez seja graças a essa inocência que Maria carregue uma alma tão revolucionária - eu ousaria até dizer que, se existe essa tal de reencarnação, ela é a própria Chê Guevara (RISOS). Poucas coisas a tiram do sério, mas se você deseja vê-la irritada, diga pra ela desistir de seus ideais; fale que nem ela e nem ninguém tem o poder de mudar o mundo.







(Terá continuação. Talvez.)

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