quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Crer pra ver

O mundo está morrendo. A sociedade está matando o mundo. As pessoas estão matando a sociedade. A descrença está matando as pessoas. Do medo está nascendo a descrença. 
Pois é, vivemos em uma sociedade em que o homem deixou de acreditar no homem. Vivemos em uma constante guerra interespecífica, na qual semelhantes não cansam de julgar-se pelas 'diferenças'. O medo faz com que criemos mecanismos de defesa e, ao meu ver, o grande medo das pessoas é o de se decepcionar. Então, formulamos a idéia de que as pessoas não são confiáveis. Definitivamente, não me conformo com isso, e nem pretendo, porque no dia que eu concordar com essa idéia, mesquinha e supérflua, estarei afirmando que EU - por me enquadrar no termo 'pessoa' - não sou confiável. E, honestamente, prefiro morrer a viver num mundo em que eu não acredito em mim mesma, no meu caráter, na minha bondade. Sim, vivo na velha utopia romântica de que todas as pessoas são boas e dignas de confiança. E sim, me decepciono. O tempo todo. Insisto, ainda assim, em continuar 'quebrando a cara'! Não por ser otária, nem por ter me acostumado com tantas decepções ao ponto de sofrer menos.. Insisto pelo simples fato de acreditar em mim e, consequentemente, acreditar nas pessoas, na humanidade; acreditar no amor. Acredito, apesar de tudo, que este é um mundo no qual se vale a pena viver, no qual é possível ser feliz. Insisto porque para cada 9 pessoas que me decepcionam, tentando me mostrar o quanto fui idiota por confiar demais, acreditar demais, me entregar demais, existe 1 que me prova exatamente o contrário. Alguém que mostra, entre-sorrisos, o quanto valeu a pena ter confiado. Costumo chamar, pra mim mesma, essa décima pessoa de esperança. E agradeço por todas as décimas pessoas que o destino (ou Deus, ou acaso) pôs em minha vida. E faço tudo o que estiver ao meu alcance para ser sempre a 'décima pessoa' na vida de todos os que eu venha, eventualmente, a conhecer. E peço, dia após dia, para que as pessoas acreditem mais em si mesmas e que se esforcem mais para acreditar nos outros. Peço para que tenhamos força para superar o medo, e sabedoria para encarar decepções como experiência, e para que nada - repito, nada - seja capaz de fazer-nos desistir de nossos ideais. Não basta realizar boas ações, é preciso acreditar que outros também as realizem. Porque ser bom sem acreditar na bondade é como ser rico sem poder usufruir da fortuna, ou amar sem permitir-se ser amado.