quarta-feira, 29 de setembro de 2010

RodaViva

Sabe aquela angústia que dá quando, de repente, tudo fica tão confuso e escuro a ponto de não ser possível distinguir se os olhos estão abertos ou fechados? Então você pisca incessantemente, numa procura desesperada por algum feixe de luz, ou qualquer coisa similar que lhe transmita a idéia de que há uma saída. Mas nada muda! Nenhuma certeza lhe é concedida. Para falar a verdade, não existem, ao menos, dúvidas. Definitivamente não há um caminho. Nem uma saída. Você perdeu completamente o controle da situação. Então você senta, desconfortavelmente, e recolhe-se a sua profunda insignificância diante daquela imensidão escura. Vazia e escura. Agora se preocupa em respirar; e o ar parece rasga-lhe tudo por dentro, preenchendo os pulmões vazios. Uma, duas, três vezes.. Você começa a impor um ritmo às palpitações que, até então, não se notara. Começa a reparar nos cheiros que, apesar de, aparentemente, só terem surgido agora, sempre estiveram ali. E, simultaneamente, percebe quantos sons existem além da sua respiração. Assim, toda a confusão e conjunto de informações desnecessárias, presas em sua mente, vão dando espaço à tarnquilidade. E você começa a enxergar beleza naquilo que não pode ver. Só depois de ter vivido todo o caos, tudo fica realmente claro. Você, agora, entende que jamais tem, teve ou terá o controle da situação. Essa é a lei da vida.